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Desafios da catequese no cenário da pós-modernidade

O que se pergunta é o seguinte: seria loucura pensar em uma catequese evangelizadora, enquanto, na maioria das vezes, ela foi pensada como aperfeiçoamento de uma fé pressuposta? Ou seria, utilizando uma expressão rahneriana, “segurismo da audácia” ter coragem de procurar novos caminhos que possam ser percorridos por homens e mulheres deste tempo?

E, se é possível pensar em novo paradigma catequético, que bases teológicas mantêm esse edifício de pé? Que teologia, eclesiologia, antropologia e pedagogia da fé o sustentam? Parece ser fundamental responder a essas perguntas, ou esse novo paradigma seria apenas a velha e surrada catequese com verniz de pós-modernidade: um pecado imperdoável diante da sede do novo que alavanca a reflexão catequética.

Torna-se urgente, então, procurar esses pressupostos teológicos, avaliando riscos e vantagens desse novo paradigma.

d) Delinear os traços mais marcantes desse novo paradigma catequético

Faz-se mister traçar melhor os contornos do paradigma catequético evangelizador, buscando suas características mestras e compreendendo suas exigências e desafios.

Uma das marcas do novo paradigma tende a ser o caráter experiencial da fé. O catequeta Pedrosa chega a afirmar que, com os modelos catequéticos vigentes, não é possível haver “uma genuína iniciação cristã, suscitadora e promotora de crentes, com uma verdadeira experiência de fé, de encontro interpessoal com o Deus revelado”. Já é conhecida a frase lapidar de Rahner:

“O cristão do século XXI será místico ou não será cristão”. Alberich afirma: “Temos certamente um elemento claro do novo paradigma da catequese: o aspecto experiencial. Se queremos anunciar que Jesus Cristo é nosso salvador, isto somente pode ser entendido se podemos apresentar uma verdadeira experiência de salvação”.

O esforço para delinear o perfil desse novo paradigma catequético, com seus traços mais marcantes, não se apresenta como uma opção possível, um luxo talvez, mas como urgência pastoral da Igreja.

4. Pistas para continuar a reflexão
Ao falar de novo paradigma, ressurge o antigo problema do conteúdo e do método catequético. Algumas correntes priorizaram um em detrimento do outro. É o eterno movimento do pêndulo do relógio, que, uma vez estendido para uma extremidade, ganha força e alça voos para o outro extremo.

Nesta discussão entra outra polêmica, desenterrada pelo Diretório Nacional da Catequese. O livro por excelência da catequese é a Bíblia ou o catecismo? Dependendo da resposta, teremos respondida importante questão acerca do conteúdo catequético. Além disso, entra em cena a discussão sobre a pedagogia catequética: um tema inesgotável!

Seguem algumas perguntas importantes para fazer pensar e promover um fraterno diálogo entre os apaixonados pela catequese:

• Entre método e conteúdo há distinção ou complementaridade?

• Há tensão entre conteúdo programático e o protagonismo dos catequizandos?

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