A Tradição oral é composta essencialmente pela “pregação oral” (ex.: ensinamentos), “exemplos, instituições,” liturgia, costumes e tradições dos Apóstolos, “que transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, trato e obras de Cristo, e o que tinham aprendido por inspiração do Espírito Santo”.
E, “para que o Evangelho fosse perenemente conservado íntegro e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram os Bispos”, em união com o Papa, “como seus sucessores, entregando-lhes o seu próprio ofício de Magistério”, para que a Palavra de Deus seja conservada e ensinada corretamente.
Os documentos “dos Concílios, […] os atos da Santa Sé, as palavras e o uso da Sagrada Liturgia” e as “afirmações dos santos Padres testemunham a presença vivificadora desta Tradição, cujas riquezas entram na prática e na vida da Igreja crente e orante”.
Para além do ensino dos sucessores dos Apóstolos (Papas e os Bispos em união com o Papa, nomeadamente em concílios ecuménicos), a Tradição oral é enriquecida pela vida litúrgica da Igreja e pelos ensinamentos e espiritualidade dos Padres e Doutores da Igreja, dos Santos e de todos os católicos, desde que não haja contradição entre estes ensinamentos e o Magistério da Igreja.
Em relação ao Concílio Vaticano II, que tentou “perscrutar os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho”, o Papa Paulo VI, numa alocução feita em 1966, afirmou que “o Concílio […] será o grande catecismo dos nossos tempos”.
Com isto, a Igreja Católica quis declarar que os ensinamentos do Concílo Vaticano II, que estão expressos nos vários documentos aprovados por este mesmo Concílio, são fundamentais para a transmissão da fé católica nos tempos modernos e recentes.
Por todas estas razões, a Igreja Católica “não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas”, querendo isto dizer que as Tradições oral e escrita “devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência”, aliás, a própria Bíblia é um produto escrito baseado na Tradição oral.