20.5 C
Ceilândia
Deus Pai: coração de Mãe e jeito de Avô
Doutrinas & Dogmas

Deus Pai: coração de Mãe e jeito de Avô

87 / 100

Falar de Deus Pai é falar da vida, da história, da criação. É falar do amor, “amor fontal” do qual tudo provém. Mas implica também falar do ser humano, homem e mulher, pois são criados à sua imagem e semelhança: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança… e os criou homem e mulher” (Gn 1,26-27). Dessa forma, para pensarmos Deus, temos de pensar o ser humano, homem e mulher. E à medida que pensamos o ser humano, colocamo-nos no caminho para conhecer a Deus. Como nos diz santo Agostinho: “Façamos nossa estão no plural e somente em sentido de relação é compreensível.

Não quer dizer que fariam à imagem e semelhança de deuses: mas que o Pai, o Filho e o Espírito Santo fazem o homem à imagem do Pai, do Filho e do Espírito Santo, para que assim ele se tornasse imagem de Deus” Deus é Trindade. Portanto, pensar Deus, dentro do mistério da nossa fé, é pensar o Deus-Trindade, uma verdadeira família: “Já se disse, de forma bela e profunda, que Deus em seu mistério mais íntimo não é uma solidão, mas uma família, pois que leva em si mesmo a paternidade, filiação e a essência da família, que é o amor. Este amor, na família divina, é o Espírito Santo”

A preparação para o novo milênio, que estamos vivendo em seu terceiro ano, nos convida a compreendermos Deus Pai, mas com o coração de Mãe. Somos convidados a compreender Deus Pai-Mãe, como a fonte da vida e da história. É uma oportunidade ímpar para superarmos uma ideia de Deus centrada em demasia no conceito de autoridade patriarcal e vivenciá-lo a partir das novas experiências de comunhão, participação, misericórdia, vividas no nosso cotidiano. Somos convidados(as) a repensar nossos conceitos a partir de nossas vivências cotidianas e assim colocar Deus Pai-Mãe dentro de nossa vida.

Ivone Gebara nos anima nesse caminho de reconstrução, ao dizer que “o grande desafio que nos é colocado hoje é o de compreendermos existencialmente aquilo que afirmamos ou, em outras palavras, o desafio de exprimirmos de um jeito simples, acessível e nosso, aquelas experiências que são realmente significativas em nossa vida”.

Sabemos que o que conhecemos de Deus, nos vem pela ação de Deus na história e, de modo ainda mais profundo e misterioso, na vida, prática, morte e ressurreição de Jesus, presença definitiva de Deus na história (cf. Jo 1,14; 14,5-9). Deus se revela como ele é na história, através dos acontecimentos e palavras e, sobretudo, em Jesus de Nazaré (cf. Hb 1,14; Cl 1,15). Dessa forma, o melhor caminho para se conhecer a Deus é seguir a dinâmica da história e, dentro dela, fazer o esforço de traduzir essa vivência em termos compreensíveis e acessíveis ao ser humano, para que a nossa vida possa espelhar a comunhão que existe na Trindade.

Postagens relacionadas

Virtudes Teologais

Lua

O que é Querigma?

Eraldo

Dogma sobre o Papa e a Igreja

Lua
Carregando....

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Leia mais

Politica de privacidade & Cookies
×