São Paulo recomenda e ordena a conservação da tradição oral. Em 1 Coríntios 11:2, por exemplo, lemos: “Eu vos louvo por vos recordardes de mim, irmãos, em todas as ocasiões e por conservardes as tradições tais como vo-las transmiti.”
São Paulo obviamente está aqui louvando a conservação da tradição oral, e deve-se notar em particular que elogia os fiéis por fazerem isso (“Eu vos louvo…”). Também está explícito nesta passagem o fato de a integridade dessa Tradição oral apostólica ter sido claramente conservada, como Nosso Senhor o prometeu , pela proteção do Espírito Santo (cf. João 16:3).
Talvez o apoio bíblico mais claro à tradição oral se encontre em 2 Tessalonicenses 2:14(15), onde é de fato ordenado aos cristãos: “Portanto, irmãos, estai firmes; guardai as tradições que vos ensinamos oralmente ou por escrito.”
Esta passagem é significativa porque 1) mostra a existência de tradições vivas dentro do ensinamento apostólico, b) nos diz de maneira inequívoca que os fiéis estão firmemente estabelecidos na Fé ao aderirem a essas tradições, e c) declara claramente que essas tradições eram tanto escritas quanto orais.
Uma vez que a Bíblia declara aqui com clareza que as tradições orais – autênticas e apostólicas em sua origem – devem ser “guardadas” como um componente válido do Depósito da Fé, com que raciocínio ou desculpa os protestantes as rejeitam? Com que autoridade recusam uma claríssima ordem de São Paulo?
Além disso, devemos examinar o texto dessa passagem. A palavra grega krateite, traduzida aqui por “estar firmes”, significa “ser forte, potente, prevalecer.” (5) É uma linguagem um tanto enfática, e demonstra a importância de se manterem essas tradições.
Evidentemente, deve-se distinguir entre a Tradição (com “T” maiúsculo) que faz parte da Revelação divina, por um lado, e, por outro lado, as tradições da Igreja (com “t” minúsculo) que, embora boas, se desenvolveram mais tarde na Igreja e não fazem parte do Depósito da Fé.