25.5 C
Ceilândia
Dogma da Assunção: afinal, Maria morreu ou dormiu antes de ser elevada aos Céus?
Dogmas Mariano

Dogma da Assunção

84 / 100

Dogma da Assunção: afinal, Maria morreu ou dormiu antes de ser elevada aos Céus? Existem as duas tradições: entenda o que é dito substancialmente por esse dogma fascinante. Uma das dúvidas mais frequentes no tocante ao dogma da Assunção de Nossa Senhora é esta: afinal, ela morreu biologicamente, como todos nós, antes de ser elevada aos Céus, ou não passou pela experiência da morte do corpo?

Vamos tentar entender por partes.

Para começar, o que é um dogma?

Na Igreja Católica, é entendida por “dogma” toda verdade de fé absoluta, definitiva, infalível, irrevogável e inquestionável, revelada por Deus mediante as Sagradas Escrituras ou a Sagrada Tradição, e que, uma vez proclamada como dogma pelo Magistério da Igreja, não pode mais ser revogada nem negada por quem quer que seja: nem sequer pelo Papa ou por um Concílio. Os dogmas, portanto, fazem parte indissociável da doutrina da Igreja.

A respeito de Nossa Senhora, especificamente, há 4 dogmas:

O que diz o dogma da Assunção de Maria?

Esta verdade da nossa fé nos afirma que Maria, Mãe de Jesus, foi glorificada em corpo e alma e levada ao Céu ao final da sua vida terrena.

O dogma foi promulgado em 1º de novembro de 1950, mediante a constituição apostólica Munificentissimus Deus, do Papa Pio XII. O documento pontifício afirma, “ex cathedra“:

“A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”.

Assunção é a mesma coisa que Ascensão?

Não. A palavra “assunção” quer dizer que Maria “foi assunta”, “foi assumida”, “foi tomada”, “foi levada” por Deus.

Já a palavra “ascensão” refere exclusivamente a Jesus Cristo, pois significa “subida”: Ele ascendeu aos Céus, subiu aos Céus, por Si mesmo, como Deus.

Mas, então: Maria morreu ou não morreu?

O documento pontifício não especifica se Maria morreu do ponto de vista biológico.

A esse respeito, entrevistado pela agência católica ACI Digital, o respeitado exorcista espanhol pe. José Antonio Fortea comenta que a ambiguidade na constituição apostólica é proposital: “Não foi coincidência; foi expressamente desejada“.

O cerne deste dogma, afinal, “é somente a Assunção“: ou seja, o que é declarado como verdade de fé é que Maria foi assunta por Deus aos Céus. Se ela havia morrido previamente, é uma questão secundária que não afeta o dogma em si: não há demérito algum em morrer, dado que faz parte da natureza humana, nem haveria impedimento algum para que Deus poupasse Maria da morte física, dado que é Deus.

De fato, as duas possibilidades eram levadas em conta pela tradição. Os cristãos orientais adotaram preponderantemente a interpretação chamada de “dormição da Virgem Maria“: para eles, Nossa Senhora havia dormido, não morrido, e assim foi assunta sem passar pela morte. Em paralelo, também havia a tradição segundo a qual Nossa Senhora tinha, sim, falecido fisicamente, conforme o fluxo natural da vida terrena.

O pe. Fortea conclui:

“Como não havia unanimidade nesse tema e o que os dogmas expressam é a fé, optaram por deixá-lo ambíguo. A Igreja não se opôs às pessoas que disseram uma coisa nem às que disseram outra, sem chegar nunca a esclarecer o tema”.

São João Paulo II, por exemplo, considerava que Nossa Senhora morreu, sim, antes de ser assunta. Na catequese de 25 de junho de 1997, ele afirmou:

“[O Papa Pio XII] não quis negar o fato da morte; apenas não julgou oportuno afirmar solenemente a morte da Mãe de Deus, como verdade que devesse ser admitida por todos os crentes. Refletindo sobre o destino de Maria e sobre a sua relação com o Filho divino, parece legítimo responder afirmativamente: dado que Cristo morreu, seria difícil afirmar o contrário no que concerne à Mãe”.

A substância da Assunção é descrita assim pelo Catecismo da Igreja Católica, em seu número 966:

“A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos”.

Assim sendo, tanto a tradição da dormição quanto a do falecimento coincidem na essência: por especial privilégio de Deus, Nossa Senhora não experimentou a corrupção do seu corpo, tendo sido assunta ao céu em corpo e alma para viver gloriosamente junto com Jesus.

A vida eterna com Deus é oferecida a todos os que forem salvos, mas, em nosso caso, passaremos normalmente pela morte e pela corrupção física do nosso corpo.

Nosso corpo, no entanto, será ressuscitado e tomará uma forma gloriosa, que não sabemos como será: trata-se de uma certeza de fé garantida por Deus, mas, nesta vida, o modo como ela se dará na eternidade permanece envolto no mistério.

Postagens relacionadas

Maternidade divina de Maria

Lua

Dogmas Marianos

Eraldo

Imaculada Conceição de Maria

Lua
Carregando....

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Leia mais

Politica de privacidade & Cookies
×