1) Catecumenato
No meio dos gentios cresce a comunidade dos cristãos. Surge a necessidade de organizar a catequese, porque sempre aumentava o número de participantes desejosos de assumir o novo estilo de vida; eram judeus, gentios, pessoas nobres do Império, gente letrada. No séc. I nasce assim o catecumenato, que se dá num processo lento, concatenado.
Primeiro, o candidato se sente atraído pela vida cristã: é o pré-catecumenato; segundo, é admitido na vida cristã depois de manifestar o desejo de crer e viver como os cristãos, é alimentado pela Palavra de Deus e iniciado nos ritos litúrgicos.
E o tempo de formação, que não é conhecimento de dogmas, mas mergulho no mistério pascal, mergulho na fé da Igreja, que é crida, celebrada e vivida; finalizando essa fase com a recepção dos sacramentos da iniciação: Batismo, Crisma e Eucaristia; terceiro, recebe a instrução não por meio de um curso, mas da meditação do Evangelho e da participação na vida litúrgica da Igreja: Mistagogia.
2) Catecumenato cultural
É a catequese da Idade Média. Começa a ter razão de ser quando Constantino, em 313, põe fim à perseguição aos cristãos. A fé começou a ser manifestada em público. Com Teodósio, o cristianismo é oficializado como religião do Império; os pagãos são proibidos de se manifestarem. Com tudo isso, o catecumenato conhece o seu fim, porque todo mundo nasce obrigatoriamente na fé cristã.
Surge uma nova compreensão de catequese, se antes era iniciática, passa a ser herdada. A catequese se dá automaticamente pela imersão na cristandade: a arte, a escola, as catedrais… falam da fé cristã. Contudo, enquanto os pensadores da Igreja ficam preocupados em tematizar a fé através de grandes concílios, o povo faz a sua parte, apegando-se a devoções secundárias como apreço às relíquias, devocionismos… Cresce o apreço da Penitência e fica esquecida a Comunhão.
A Eucaristia “deixa de ser comida” para ser adorada, olhada em exposição no ostensório. Surgem preocupações com os novíssimos: céu, inferno, purgatório, morte. As missões populares difundirão a teologia do medo, enquanto a Escolástica estará preocupada com dogmas e doutrinas.
3) Catequese na Idade Moderna – Trento
Estamos no período da Renascença. A sociedade começa a se transformar. O vício do clero é criticado; o mundo científico inaugura descobertas impensáveis; Lutero faz a Reforma Protestante. A Igreja já não é mais a mesma de antes; precisa de novos horizontes. Faz acontecer o Concílio de Trento, começando em 1545, durando 18 anos, para combater a Reforma Protestante, é a Contra-Reforma.
Para o povo não ficar perdido diante desse mundo conturbando, Trento elabora pequenos e grandes catecismos, para os párocos e fiéis. O catecismo vai se basear na pedagogia do ensino, porque o conteúdo é a doutrina. O ensinamento está baseado na “tabula rasa”, pois a Igreja incute no fiel o que Deus confiou a ela. Consequentemente, valoriza a questão intelectual, exige-se decoreba. O foco está em quem ensina, pois tem autoridade para transmitir a fé. O modelo da catequese é a escola.
4) Vaticano II
O Concílio Vaticano II aconteceu entre o ano 1962 ao ano de 1965, portanto foram três anos. Se Trento aconteceu devido a Reforma, o Vaticano II se deu porque a sociedade havia se secularizado. Sendo assim, a Igreja não poderia continuar com modelos que não dissessem tanto ao mundo. Deixa de ser vista como sociedade perfeita – Corpo de Cristo, para ser vista como Povo de Deus.
Nasce a Catequese Renovada. Se antes estava centrada em quem ensina, agora passa a ser em quem aprende. Há uma revolução de foco. Passa a ser antropológica. É o catequizando quem desenvolve o conhecimento, não a partir da doutrina, mas da realidade; surge a catequese “pé no chão”, pois o indivíduo é agente de transformação; a fé leva a assumir seu papel social; o catequizando é chamado a assumir as “alegrias” e “angústias” do mundo.