“O pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si o consórcio de toda a vida, por sua índole natural ordenado ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, entre batizados foi por Cristo Senhor elevado à dignidade de sacramento” (CDC, Cânon 1055, pars. 1 e 2).
O matrimônio é o sacramento que abençoa e consagra o homem e a mulher, num contrato sagrado e indissolúvel, para se amarem, procriarem e educarem seus filhos. Portanto, é o sacramento da família, da vida familiar com Cristo.
Finalidade Salvífica do Matrimônio:
Santificar os esposos, santificar os filhos, santificar a família. O Matrimonio é recebido como sacramento por duas pessoas já consagradas pelo Batismo. Os cônjuges devem continuamente pensar: “Minha esposa (meu marido) é uma graça que Cristo me faz para me ajudar na minha santificação, na vivência do plano de Deus”.
O plano de Deus é que homem e mulher sejam felizes e vivam fecundamente o amor, cujos frutos são os filhos. Para os casais que eventualmente não consigam ter filhos, isso não impedirá a finalidade primeira do Matrimônio: para se amarem.
O Matrimônio é graça especial de Deus aos cônjuges, para que fortalecidos e agraciados por Ele sejam fiéis ao que prometem entre si, a Deus, e a todos os compromissos decorrentes da condição de esposos e pais de família.
Reciprocidade entre homem e mulher na Bíblia:
Segundo os desígnios de Deus, o homem e a mulher nos revelam aquela união primitiva que é a raiz inapagável da dignidade de ambos como pessoas humanas e da natural vocação de ambos ao amor recíproco: “Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou” (Gn 1,27).
Antigo Testamento: A união conjugal é instituída e consagrada por Deus: “Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne” (Gn 2,24). O vínculo matrimonial efetiva a união conjugal de maneira tão sublime e profunda que muitas vezes foi lembrada no AT como símbolo do relacionamento amoroso existente entre Deus e seu povo (Os 1‐ 3; Jr 3,1‐13; Ez 16,8‐62; e 23; Is 54,5‐8 e 62; e o Cântico dos Cânticos).
Novo Testamento: Jesus ratifica a instituição da união conjugal estabelecida por Deus no AT, e apresenta a aliança matrimonial como uma dádiva e um compromisso muito sublime, tão definitivo como o da fidelidade ao Eterno, expressa em Mt 19,3‐12 e Mc 10,2‐8.
O amor dos cônjuges está destinado a refletir o amor fiel e total com que o Senhor ama a sua Igreja (Ef 5,21‐33; Cl 3,18) e deve buscar o crescimento conjunto na fé e na aliança com Deus (1Pd 3,1‐7). Assim, a vivência do Matrimônio no amor e na fidelidade remete ao mundo a presença de Cristo unido à sua Igreja.