Cidade do Vaticano: Na sua catequese desta quarta-feira, 11 de abril, o Papa Francisco se dedicou a falar do Batismo. Embora o Papa nos tenha recordado sobre a teologia, o sentido e a profundidade deste importante Sacramento, muitas pessoas ainda permanecem em dúvida, ou desconhecem, a ação eficaz que tem esteSsacramento em nossas vidas.
Quando falamos do batismo, de imediato recordamos do próprio Cristo que nos deu o exemplo em tudo, inclusive do batismo. Jesus foi batizado nas águas do Rio Jordão, não porque precisava, mas para purificar as águas da qual nasceriam os filhos de Deus. Por solidariedade a nós, abre as portas de uma vida nova por meio do batismo. A partir deste momento, a água torna-se definitivamente o elemento essencial para este sinal sacramental.
Porém neste batismo de Jesus, não somente a água é um sinal visível, mas também a vinda do Espírito Santo em forma de pomba, onde se pode inclusive ouvir a voz de Deus que confirma a filiação divina de Cristo, santificando as águas que corriam. Foram mistérios que marcaram o inicio da Igreja nascente e que se repetirá em todos os tempos e em todos os membros desta Igreja.
O mistério pascal confere ao Batismo o seu valor salvífico. Jesus, de fato, «já tinha falado da sua Paixão, que ia sofrer em Jerusalém, como de um “Batismo” com que devia ser batizado (Mc 10, 38; cf. Lc 12, 50). O sangue e a água que manaram do lado aberto de Jesus crucificado (22) são tipos do Batismo e da Eucaristia, sacramentos da vida nova» (Catecismo da Igreja Católica, 1225).
Com Cristo somos sepultados na morte, para que possamos com Ele ressuscitar. O batismo nos faz partícipes em tudo na vida de Cristo, e nos abre a porta da eternidade. Em virtude do Espírito Santo, o batismo nos imerge na morte e ressurreição do Senhor, afogando na fonte batismal o homem velho, dominado do pecado que nos afasta de Deus, e nos fazendo nascer homem novo recreados em Jesus. Nele todos os filhos de Adão são chamados a vida nova (Papa Francisco).
Na Basílica de São Pedro, no Vaticano, quem já teve a oportunidade de entrar e ver ou para quem ainda entrará, do lado esquerdo imediatamente no seu ingresso, poderá contemplar a grande e imponente pia batismal. Um grande mosaico de João Batista batizando Jesus adorna todo aquele belo cenário.
O que muitas pessoas desconhecem é que esta pia batismal, de mármore vermelho, é antes de tudo uma tampa de uma antiga sepultura. O objetivo é sempre recordar que, pelo batismo, morremos para este mundo para viver para totalmente em Deus.
O que deve ser muito considerado, sobretudo, são os efeitos que o Sacramento do Batismo podem produzir na vida de um cristão. Esta realidade de justificação pelo Batismo traduz-se em efeitos concretos na alma do cristão, que a teologia apresenta como efeitos curativos e santificantes.
Os primeiros referem-se ao perdão dos pecados, como sublinha a pregação petrina: “Pedro respondeu-lhes: “Convertei-vos e peça cada um o Batismo em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos seus pecados; recebereis, então, o dom do Espírito Santo” (At 2, 38). Isto inclui o pecado original e, nos adultos, todos os pecados pessoais. Ocorre também a remissão da totalidade da pena temporal e eterna.
No entanto, permanecem no batizado “certas consequências temporais do pecado, como os sofrimentos, a doença, a morte, ou as fragilidades inerentes à vida, como as fraquezas de caráter, etc., assim como uma inclinação para o pecado a que a Tradição chama concupiscência ou, metaforicamente, a “isca” ou “aguilhão” do pecado” (Catecismo, 1264).
O aspecto santificante consiste na efusão do Espírito Santo; com efeito, “num só Espírito, fomos todos batizados” (1 Cor 12, 13). Porque se trata do próprio “Espírito de Cristo” (Rm 8, 9), recebemos “um Espírito que faz de vós filhos adotivos” (Rm 8, 15), como filhos no Filho. Deus concede ao batizado a graça santificante, as virtudes teologais e morais e os dons do Espírito Santo.
Com esta realidade de graça “o Batismo marca o cristão com um selo espiritual indelével (“character”) da sua pertença a Cristo. Esta marca não é apagada por nenhum pecado, embora o pecado impeça o Batismo de produzir frutos de salvação” (Catecismo, 1272).
Papa Francisco nos recorda que o Batismo permite que Cristo viva em nós e a nós de vivermos unidos a Ele, para colaborar na Igreja, cada um segundo a própria condição. Como somos inseridos no corpo de Cristo, por meio do batismo, devemos sempre nos empenhar a sermos membros que ajudem a santificação dos demais. Como batizados, professamos a mesma fé e cremos no mesmo Espírito que anima e conduz.
E recorda ainda o Santo Padre, que com esta mesma fé professada e recebida dos apóstolos, os pais devem transmitir aos pequenos, de modo especial as crianças. O Batismo das crianças – como disse o Papa – é um presente que os pais e padrinhos dão a seus filhos. Um presente que santifica, sela e insere totalmente em Cristo. Se os pais e padrinhos acreditam nesta fé recebida, desejarão também dar a seus filhos e afilhados este dom de Deus.