Instituído pelo Papa Francisco em maio de 2021, o Ministério do Catequista vai ganhando contornos por todo o País. A tradução do Rito já foi aprovada na Assembleia Geral dos Bispos, no final de agosto de 2022 e enviada para Roma. Assim que chegar do Vaticano, ela será publicada. A partir de então, o rito poderá ser usado no Brasil. O rito de instituição será presidido pelo bispo diocesano e deverá coroar todo um processo desenvolvido na observância de critérios e itinerários. Na Diocese, os próximos passos dessa caminhada incluem a realização de uma formação para equipes de Coordenação Paroquial, dias 6 e 7 de maio, com a coordenadora da Catequese do Paraná, Débora Pupo.
Na verdade, o ano de 2023 iniciou, a nível diocesano, com a participação de Flávia Carla Nascimento e padres Joel Nalepa e Wagner Oliveira da Silva, e, Noelise Meister (integrante da Equipe Diocesana de Catequese) no encontro com coordenadores diocesanos, assessores e padres coordenadores da Ação Evangelizadora, dias 25 e 26 de fevereiro, em Curitiba, que refletiu sobre o estudo e esclarecimento sobre o itinerário formativo do Ministério de Catequista. O encontro teve a assessoria do padre Jânison de Sá Santos, assessor da Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Outra reunião entre coordenadores e assessores está programada para dias 7 e 8 de outubro, quando haverá uma projeção das ações em vista da Instituição. “A intenção é buscar sempre um caminho de unidade com o Regional”, assegura Flávia.
A nível de coordenação paroquial, em maio, dias 6 e 7, Débora Pupo vai abordar mais minuciosamente o Ministério de Catequista, detalhando como se dará a instituição, a quem se dará e o que representará na prática das paróquias. Ainda está previsto o estudo do Motu Proprio ANTIQUUM MINISTERIUM, estudo do subsídio da CNBB com os ‘Critérios e Itinerários para a Instituição do Ministério de Catequista’ e do Documento 112 da CNBB pela equipe de coordenação paroquial. Um seminário Provincial, dia 5 de agosto, terá como tema também o Ministério de Catequista e acontecerá aqui na Diocese de Ponta Grossa.
Nas paróquias, deverá ser organizada a formação de catequistas, sob responsabilidade das equipes de coordenação paroquial de Catequese, o que é considerado por Flávia Nascimento um passo fundamental para a continuidade do processo na Diocese. “Somente com uma formação paroquial organizada poderemos dar os passos necessários para o Ministério de Catequista”, reforça, contando que, como parte da preparação diocesana, foi solicitado pelo Regional Sul 2 um levantamento da realidade formativa da Diocese. “A equipe estadual solicitou esse levantamento para ajudar as dioceses a se organizarem”, explica.
Cabe à coordenação diocesana, além do estudo Motu Proprio AM, a elaboração de um plano formativo, a definição do âmbito da formação ministerial e a preparação prévia das equipes coordenadoras paroquiais. Para isso será formada uma equipe ampliada, com a participação do bispo, da coordenação da Ação Evangelizadora e de alguns padres. Em seguida, após a elaboração do plano formativo diocesano, será realizada a preparação prévia das equipes de coordenadores paroquiais.
Critérios
A proposta contida no Documento 112 da CNBB é que, neste momento, se faça o discernimento entre catequistas já atuantes e catequistas iniciantes, segundo os critérios relacionados. Cada um dos grupos seguirá um itinerário de formação em vista da recepção do ministério: já atuantes, itinerário formativo de, no mínimo, seis meses; iniciantes, experiência e formação de cinco anos. Entre os já atuantes, a escolha cabe ao pároco, em diálogo com as coordenações paroquiais da Iniciação à Vida Cristã e outros grupos que ele julgar oportuno. Será preciso ter no mínimo 20 anos de idade e 5 anos de atuação na Catequese; ter participado da formação básica proposta pela arqui/diocese; ter participado da formação específica e imediata para a recepção do ministério, por, no mínimo, 6 meses.
Entre os catequistas iniciantes, a escolha também cabe ao pároco, ter no mínimo 20 anos de idade; ter participado do itinerário de preparação, de acordo com as orientações da CNBB: atuação e experiência na Catequese de, no mínimo 5 anos; cumprimento de todas as etapas de formação. A formação ministerial deve durar, no mínimo, seis meses para os atuantes (catequistas com mais de 5 anos de experiência na catequese e que já passaram pela formação básica diocesana) e cinco anos para os iniciantes. “Mesmo que muitos catequistas já sejam considerados aptos para a recepção do Ministério, não convém apressar muito a sua recepção, sem que haja um discernimento sobre esse novo contexto”, orienta em seu 38 o Documento 112.
O Documento da CNBB ainda considera que não devem ser instituídos candidatos aos ministérios ordenados; religiosos e religiosas; professores de religião católica nas escolas e aqueles que atuam em uma Catequese específica dentro de movimentos eclesiais. O motivo: seu serviço tem uma natureza própria, especificamente definida e distinta do serviço ministerial da Catequese a serviço da Iniciação à Vida Cristã. O discernimento de casos particulares caberá ao bispo em diálogo com as coordenações e conselhos.
“O Ministério instituído do catequista é estímulo à perseverança; valoriza catequista e Catequese perante a comunidade eclesial missionária; catequista e comunidade se tornam mais conscientes da responsabilidade de sua missão; catequista assume a missão como responsabilidade própria e não como uma simples delegação ou atribuição, e, a comunidade eclesial missionária se compromete com a pessoa que é seu porta-voz numa missão catequética (educação da fé) tão importante.
Ministério
Hoje os catequistas já exercem seu ministério, mas de forma reconhecida ou confiada, mas ainda não instituída. Pelo Ministério reconhecido, o catequista exerce seu ministério com a aprovação do pároco e o apoio da comunidade. No caso do Ministério confiado, o catequista realiza seu ministério em nome da Igreja, que através de seus pastores autoriza tal serviço à evangelização, por meio de nomeação ou rito litúrgico (celebração de envio do catequista). E futuramente, no Ministério Instituído, haverá um reconhecimento oficial do ministério laical de catequista, que se dará a partir de um rito litúrgico de ‘instituição’, feito pelo bispo. E será assegurada a estabilidade do catequista como ministro instituído. Não comporta uma segunda instituição. Porém há uma distinção entre o ministério e o exercício da Catequese. A sugestão da duração do exercício do ministério é de quatro a cinco anos. Ao fim do tempo do exercício, a pessoa instituída não perde o ministério: ele é estável. Mas seu exercício poderá ser renovado ou não.
É importante esclarecer e reforçar que hoje os catequistas ainda não são instituídos, mas já exercem seu ministério de forma reconhecida ou confiada pela Igreja. E nem todos os catequistas cumprirão todos os critérios para serem instituídos, mas nem por isso deixarão de continuar exercendo seu ministério, que de certa forma, é um exercício reconhecido ou confiado pela Igreja.
“A diferença entre ser catequista instituído e catequista não instituído não está na essência do ser catequista, mas no compromisso que é assumido publicamente perante a Igreja, a partir de um rito próprio de instituição para exercer tal ministério com atitude de serviço, humildade, zelo, ‘apaixonamento’”, define o Documento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.