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Desafios da catequese no cenário da pós-modernidade

“A secularização se vai transformando, pouco a pouco, em uma autêntica descristianização da sociedade e, simultaneamente, tem surgido por todas as partes uma pluralidade de ofertas, de sentido algumas vezes, de diversão outras vezes, que fazem da nossa uma sociedade plural e laica.”

Observa-se que a secularização não tomou conta só da Europa. Não somente os países europeus vivem a realidade da perda da identidade cristã. Ainda que com outra vestimenta, a secularização tomou conta também do Brasil.

Um sujeito secularizado, mas com rasgos de cristianismo, pulula nesta Terra de Santa Cruz. Como lembra Konings, a dificuldade de transmitir a fé se manifesta também no Brasil e parece escapista aquele refrão continuamente repetido: “A realidade do Brasil é outra!”.

Já é hora de pensar um novo destinatário da pastoral e da ação evangelizadora atual da Igreja também nos países da América Latina.

2.1. O fim do regime de cristandade
O pressuposto da cristandade, de uma sociedade inteiramente cristã de onde a fé pode seguir, transmitindo-se por “osmose sociológica” — de uma pertença maciça, indiscutível e pacífica à Igreja —, falseia o trabalho evangelizador atual, também o da catequese. Pode-se considerar que o modelo da catequese atual, advindo da renovação catequética da primeira metade do século XX e amplamente desenvolvido no Brasil com feições próprias da realidade latino-americana (estilo fé e vida), ainda se baseia na cristandade.

Apesar da ampla renovação catequética, não se supôs o interlocutor como alguém secularizado e sem raízes cristãs bem definidas. Começou-se a compreender a sociedade como algo secularizado, uma instância não mais cristã, mas partia-se do princípio de que o indivíduo permanecia cristão.

 O destinatário da catequese “moderna” ressurge como um sujeito eclesial com novos anseios e novos valores, mas ainda assim um sujeito eclesial, ou seja, com vínculos com a Igreja ou advindo de família com contornos cristãos. Não se pensou num sujeito ateu, desnorteado e sem Deus, paralisado diante da sociedade evolutiva, fragmentada e globalizada que ora se apresenta.

Nem mesmo se pensou num sujeito advindo de família cristã, mas apenas com maquiagem religiosa. Fato notável é a insistência desse modelo catequético na ação social, na transformação da sociedade, nos parâmetros éticos que se impõem numa comunidade evangelizada. Parte-se do pressuposto de que o sujeito de sua ação e destinatário de sua palavra apresenta-se como alguém que já, de certa forma, conhece Jesus Cristo e seu evangelho.

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