Jornadas de evangelização, encontros de evangelização, técnicas de evangelização, comunidades missionárias e evangelizadoras, o Sínodo dos Bispos… Esse rico vocabulário aponta para uma sensibilidade que emerge no interior da vida eclesial, quando o cristão olha perplexo para o mundo e percebe que ele não está mais em regime de cristandade e cresce de forma galopante a secularização.
1. A catequese no novo contexto evangelizador
Neste contexto de novo despertar evangelizador, qual é o papel da catequese? Seria ela também evangelizadora? Como situar a catequese — tanto de crianças quanto de adultos — neste novo panorama da secularização?
À catequese, à qual até o momento presente foi dada a missão de aprofundar a fé ou de mantê-la, poderia ser atribuída a tarefa de evangelizar? Uma reflexão teológico-pastoral acerca de uma catequese evangelizadora é bem-vinda neste momento eclesial.
Com base na observação pastoral, denuncia-se que
ainda que o sistema clássico de catequese esteja dando alguns frutos, ele sofre de crescentes dificuldades, não somente em razão de suas limitações, senão, sobretudo, devido à sua progressiva inadequação à evolução sociocultural da sociedade, que está gerando uma crise cujos sintomas não são bem conhecidos:
diminuição constante de crianças catequizadas, abandono frequente depois da recepção dos sacramentos, falta de motivação dos pais, folclorização dos ritos religiosos de passagem, dificuldade para encontrar catequistas, envelhecimento dos mesmos, problemas de inserção dos jovens nas comunidades etc.[4]
Daí, pergunta-se: vamos insistir nesse modelo catequético ou é razoável pensar outro paradigma catequético? É lúcido falar de uma catequese evangelizadora, exigida pelo contexto de descristianização da pós-modernidade, ou isso ameaçaria os ganhos alcançados com a renovação catequética dos últimos cinquenta anos? Se é possível falar desse novo paradigma, que características ele tem?