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É sempre necessário refletir sobre um tema importante nas nossas vidas: a intolerância religiosa.
Igreja

Todos contra a intolerância religiosa

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É sempre necessário refletir sobre um tema importante nas nossas vidas: a intolerância religiosa.

Vivemos em um mundo marcado pela diversidade cultural e espiritual, que podemos acessar com a ponta dos dedos. Porém nesse meio encontramos muitos conflitos que nascem do desrespeito e da incompreensão.

Como cristãos, somos chamados a ser luz e sal da terra, construtores da paz e testemunhas do amor de Deus em um mundo cada vez mais dividido.
O combate contra a intolerância religiosa deve se fundamentar no conhecimento que temos sobre a dignidade de cada ser humano, pois, acreditamos que fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26-27).

O Catecismo da Igreja Católica nos lembra que “a liberdade religiosa é um direito inalienável” (CIC, §1738). Isso significa que cada pessoa tem o direito de buscar a Deus de acordo com sua consciência.

Jesus nos deu o exemplo disso ao dialogar com pessoas de diferentes crenças e tradições, como a samaritana no poço (Jo 4,7-26). Ele não impôs, mas propôs o amor e a verdade, respeitando a liberdade do outro. Este é o caminho que devemos seguir.

Infelizmente, a intolerância religiosa surge muitas vezes do medo, da ignorância e do orgulho. Em nome da religião, já foram cometidos erros graves ao longo da história, inclusive pela nossa própria Igreja. O Papa João Paulo II nos deu um exemplo de humildade ao pedir perdão pelos pecados cometidos contra outras religiões e povos.

Hoje, somos desafiados a reconhecer que a intolerância não é fruto do verdadeiro espírito religioso, mas da falta de amor. Da incapacidade de ver o outro como filho de Deus, por mais diferente que seja da minha realidade.

Como seguidores de Cristo, somos chamados a promover o diálogo, a reconciliação e o respeito mútuo. O Papa Francisco, na encíclica Fratelli Tutti, nos exorta a construir uma fraternidade universal, baseada no amor que não conhece fronteiras. Ele nos lembra que “a religião nunca deve ser usada para justificar a violência” (FT, §285).

Às vezes nas nossas vidas proferimos discursos muito bonitos, no entanto estes devem vir seguidos de gestos concretos. Pois não adianta eu afirmar que amo a Deus se esse amor não se revela no meu dia a dia, com o irmão que está ao meu lado.

A luta contra esse mal deve começar com a educação orientada ao respeito às diferenças, nas comunidades, nas escolas e nas nossas famílias. Seria importante promover espaços de diálogo inter-religioso, onde possamos aprender com o outro. Hans Kung nos diz que somente teremos paz no mundo quando tivermos paz entre as religiões. E nos mostra com seus estudos que em muitas crenças o apelo principal de amor ao próximo é o ponto central.

O testemunho cristão mais poderoso que podemos dar contra a intolerância religiosa é o amor vivido em nossa própria vida. Um desafio lançado por Jesus Cristo, a cada um de nós, pois quando amamos o próximo sem condições, mostramos o rosto de Deus ao mundo.

Que o Espírito Santo nos inspire a viver como verdadeiros discípulos de Jesus, promovendo o respeito, a justiça e a fraternidade em um mundo tão necessitado de amor. Como nos ensinou São João Paulo II: “Não tenhais medo de abrir as portas de vosso coração ao outro.”

Pe. Deivith Zanioli, MCCJ

Imagem: Ateliê 15

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