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Jesus: a misericórdia em movimento | Círculo Bíblico 58
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Jesus: a misericórdia em movimento

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Os ensinamentos de Jesus são corroborados por sinais concretos de amor aos doentes e marginalizados, como a acolhida e cura dos leprosos (Mc 1,40-45; Lc 17,11-19); do endemoninhado em Gerasa, na Transjordânia (Mc 8,28-34); da mulher hemorroíssa, logo que voltou da viagem (Mc 5,25-34); do paralítico na piscina de Betesda, em Jerusalém (Jo 5,1-18); do cego de Betsaida (Mc 8,22-26) e de Bartimeu na saída de Jericó (Mc 10,46-52); do servo de um centurião ao entrar em Cafarnaum (Mt 8,5-13); da filha de uma mulher siro-fenícia, no território de Tiro (Mc 7,24-30).

Do surdo-gago, na Decápole (Mc 7,31-37); do epilético surdo-mudo, ao descer da montanha onde ocorreu a transfiguração (Mc 9,14-29); da multidão faminta num lugar deserto (Mc 6,30-44); a ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc 7,11-17) e de Lázaro em Betânia (Jo 11,1-44); e tantos outros sinais. Mateus sintetiza deste modo a ação misericordiosa de Jesus:

Ele percorria toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando toda e qualquer doença ou enfermidade do povo. Sua fama espalhou-se por toda a Síria, de modo que lhe traziam todos os que eram acometidos por doenças diversas e atormentados por enfermidades, bem como endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E ele os curava. Seguiam-no multidões numerosas vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia e da Transjordânia (4,23-25).

Conclusão
Em cada contexto específico, Jesus realiza gestos tão humanos quanto eficazes. A cada situação concreta, responde com criatividade transformadora. Os gestos de Jesus são Evangelho – Boa Notícia – para mulheres e homens, para crianças e adultos, para judeus e estrangeiros. Algumas expressões de ternura e de misericórdia transmitem especial força simbólica: Jesus se aproxima, toma pela mão e faz levantar-se (cf. Mc 1,31; 1,41; 2,9-12; 3,3; 5,41-42; 8,23; 9,27; Lc 7,14.); é movido de compaixão (Mc 6,34; 8,2; Mt 20,34); chora a morte do amigo Lázaro (Jo 11,35-38); acolhe e perdoa os pecadores, também a Pedro, que o traiu por três vezes (Mc 2,5; Lc 7,36-50; Jo 21,15-17).

Demonstra afeto com as crianças (Mc 10,13-16), com as mulheres (Mc 14,3-9), com o jovem inquieto (Mc 10,21); encontra-se e dialoga com estrangeiros (Mc 7,24-30; Jo 4), com judeus notáveis (Jo 3; Lc 18,18-23); dedica tempo à formação com seus discípulos (Mc 4,10-34), envia-os em missão (Mc 6,7-12), convida-os a descansar (Mc 6,31), encoraja-os em suas dificuldades (Mc 6,45-52), lava-lhes os pés (Jo 13,1-17), concede-lhes a sua paz (Jo 14,27), reza ao Pai por eles (Jo 17); indigna-se diante do legalismo excludente e da exploração econômico-religiosa (Mc 3,5; Mt 23; Jo 2,13-17); extrapolando a justiça humana, proclama a misericórdia divina para todos, também para os da última hora (Mt 20,1-16)…

Enfim, em cada um dos textos evangélicos, podemos contemplar detalhes relacionados não apenas ao conteúdo, mas, sobretudo, ao método utilizado por Jesus no seu ministério público. Ele não realiza apenas gestos pontuais de amor misericordioso. Ele é amor em todo o tempo e com todas as criaturas. É o ser que se dá a si mesmo, por inteiro. “A misericórdia expressa a essência divina, que se encontra graciosamente virada para o mundo e para os seres humanos… A misericórdia é a caritas operativa et effectiva de Deus” (KASPER, 2015, p. 114). Isto não é uma teoria abstrata. Jesus movimentou-se como misericórdia e chamou discípulos para segui-lo.

Não é estranho que, ao confiar sua missão aos discípulos, Jesus os imagine não como doutores, hierarcas, liturgistas ou teólogos, mas como curadores: ‘Proclamai que o reinado de Deus está próximo: curai os enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expulsai demônios’. A primeira tarefa da Igreja não é celebrar culto, elaborar teologia, pregar moral, mas curar, libertar do mal, tirar do abatimento, sanear a vida, ajudar a viver de maneira saudável. Esta luta pela saúde integral é caminho de salvação e promessa de vida eterna (PAGOLA, 2013, p. 43).

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