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Ceilândia
Rumo a uma conversão catequética: De preparação para os sacramentos a encontro com Jesus Cristo
Catequese

Ser catequista vale o reino de Deus

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Maria Aparecida de Cicco tinha 18 anos quando começou a dar Catequese a um grupo de alunos da escola onde lecionava na zona Leste de São Paulo. Em seguida, começou a ajudar na paróquia do bairro e nunca mais parou. Já se vão 52 anos nesta missão, ajudando gerações de crianças, adolescente e jovens a vivenciarem o encontro de fé com Jesus Cristo.

Hoje, com 70 anos, Cida, como é mais conhecida, é uma das assessoras da Comissão para Iniciação à Vida Cristã na Região Episcopal Santana e responsável pela formação de inúmeros catequistas. Ela acompanhou todo o processo de renovação da Catequese que floresceu após o Concílio Vaticano II, estimulada pelos Papas São Paulo VI e São João Paulo II.

“Quando recebi a primeira Eucaristia, com 7 anos, fui formada pelo Catecismo de São Pio X, que continha as perguntas e respostas. Quando comecei minha caminhada como catequista, já vivíamos o processo de renovação”, destacou Cida, contando que quem acompanhava as catequistas na sua época era o então Padre Décio Pereira, que, depois, tornou-se Bispo Auxiliar de São Paulo e Bispo Diocesano de Santo André (SP).

Anos depois, Cida se mudou para a Diocese de Guarulhos (SP) e lá se tornou coordenadora diocesana da Catequese. Diante dessa nova missão, ela sentiu a necessidade de aprofundar sua formação. No entanto, na época, não havia escolas para catequistas. Então, ela decidiu enfrentar o desafio de cursar a Escola Dominicana de Teologia, sendo uma das poucas leigas a estudar em meio aos seminaristas e religiosos.

“Nós não estávamos interessadas no diploma ou no título de teólogas, mas, sim, em nos prepararmos para realizar bem nossa missão”, afirmou a catequista. Após se formar, Cida ajudou a instituir a Escola de Catequistas da Diocese de Guarulhos, em funcionamento até hoje. Depois, já morando na zona Norte de São Paulo, passou a colaborar na formação de catequistas das paróquias da Região Episcopal Santana. Além disso, por dez anos, foi responsável pelo Blog da Catequese, da Editora Vozes.

Para Maria Aparecida, ao instituir a Catequese como um ministério, a Igreja assume uma responsabilidade maior para preparar e acompanhar esses ministros. “Temos muitos cursos e escolas de formação de catequistas. Porém, muitas vezes, falta um incentivo da própria comunidade paroquial para essa preparação. É muito importante que os catequistas tenham o respaldo da comunidade e, por outro lado, a cobrança para que os catequistas assumam essa missão com responsabilidade”, ressaltou.

Ainda sobre a formação dos catequistas, Cida salientou que essa deve ser permanente e não se resume aos cursos preparatórios. “Assim como a Catequese é um processo permanente na vida cristã, o catequista também tem que estar constantemente em formação. Somos catequizandos até o fim da vida.” Cida acrescentou que se os catequistas já eram chamados a conformar a sua vida com a missão que realizavam, como ministros instituídos, o testemunho de uma vida cristã autêntica é essencial.

“O processo de iniciação à vida cristã compreende todos aqueles que dão formação catequética em alguma etapa da vida”, reforçou Maria Aparecida, lembrando que, cada vez mais, a Igreja reconhece que há muitas pessoas que, embora tenham sido batizadas e até fizeram a primeira Comunhão, nem sempre foram, de fato, iniciadas em uma vida autenticamente cristã.

Nesse sentido, a Arquidiocese tem se empenhado na formação dos catequistas das paróquias e comunidades, considerando não apenas aqueles que preparam as pessoas de diferentes idades para receber os sacramentos da Iniciação Cristã, mas todos aqueles que realizam algum trabalho catequético, como os responsáveis pela preparação de pais e padrinhos para o Batismo, dos noivos para o Matrimônio, do acompanhamento de jovens, famílias entre outros.

Por esse motivo, a catequista afirmou que toda a comunidade é responsável, de alguma forma, pela Catequese. “É a partir de uma comunidade que vivenciou o processo de se iniciar na vida cristã e dá testemunho dessa vida em todos os momentos que evangelizamos.”

Embora realize a preparação de catequistas, Cida não abriu mão da sua missão pessoal de catequista na comunidade. Por isso, ela acompanha um grupo de adultos na Paróquia Santa Teresinha, na zona Norte. Ela relatou que, devido à pandemia, o grupo de 12 pessoas, iniciado em fevereiro de 2020, teve que se adaptar à modalidade remota.

Como Cida não era familiarizada com as plataformas de videoconferência, ela transmitia a Catequese pelo Facebook, e os catequizandos interagiam por meio dos comentários. “Eu projetava os slides na tela do meu computador, e, pelo celular, transmitia os encontros. Depois, eu descobri o [Google] Meet. Então, começamos a fazer os encontros por videoconferência”, contou a catequista, comemorando que, após esse grupo que recebeu os sacramentos em fevereiro deste ano, há mais 35 adultos sendo acompanhados para receber os sacramentos na Páscoa de 2022.

Ao ser perguntada se vale a pena ser catequista, Cida foi enfática:

“Não só vale a pena como vale o Reino de Deus”.
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