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Ceilândia
Dons do Espirito Santo

Principais frutos do Espírito Santo

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Bondade
Depois de bem disposta a mente em relação a si mesma, cumpre ajustá- la em relação ao que lhe está ao redor: o próximo. Isto se dá, em primeiro lugar, pela bondade, isto é, pela “vontade de agir bem”. Por efeito de nossa união com Deus, somos compelidos pelo Espírito Santificador a beneficiar os outros.

Nossa alma como que se dilata e expande, a ponto de nos converter, de certa forma, em amor. Pois, “como o carvão ou a barra de aço, em si mesmos negros e frios, se tornam brilhantes e ardentes como o fogo, assim a alma imersa nesse braseiro de amor que é o Espírito Santo se torna semelhante em todas as coisas ao divino Espírito”. Jesus nos deixou registrado o paradigma dessa bondade na parábola do filho pródigo (cf. Lc 15, 11-32).

Deus é o pai que espera ardentemente o retorno daqueles que d’Ele se afastaram pelo pecado e se encontram enlameados e impregnados de mau odor. Fica ansioso, por assim dizer, de nos ver procurar um de seus ministros no misericordioso tribunal da Reconciliação, para nos perdoar, sarar nossas feridas espirituais e fortalecer-nos a fim de não reincidirmos nas mesmas faltas.

Benignidade
O fruto da benignidade se distingue ao da bondade por já ser, não só um querer, mas um praticar efetivo do bem. Aqui o carvão ou a barra de aço do exemplo anterior não apenas brilham e ardem, mas queimam e inflamam.Por isso “chamam-se benignos aqueles a quem o ‘fogo bom’ do amor se inflama em favor do próximo”.

Modelo desse amor que “se inflama em favor do próximo” foi São Vicente de Paulo. Pedia insistentemente a Deus que lhe desse um espírito benigno; e conseguiu, com a ajuda da graça, domar seu temperamento seco e bilioso, tornando- se cortês e afável.Transformou-se a ponto de se lhe tornar natural uma polidez de trato maravilhosa, com palavras sempre amáveis para todo tipo de pessoas.

Mansidão
Uma terceira disposição da mente ao ordenarse em relação ao próximo é a mansidão, pela qual refreamos a ira e suportamos com serenidade de espírito os males infligidos pelos outros.Santa Teresinha do Menino Jesus nos dá belíssimos exemplos de mansidão perante impulsos de irritação, ensinando-nos a praticar esta virtude na vida cotidiana.Eis um deles:

Estando um dia as freiras trabalhando na lavanderia conventual, constituída por grandes tanques comunitários, aconteceu de uma irmã, por falta de atenção, lançar sobre a Santa uma chuva de água com sabão.

Como é natural, isso lhe provocou um ímpeto de indignação. Mas, acalmada pela brandura do Espírito Santo, logo se conteve, recorrendo ao piedoso subterfúgio de imaginar que o Menino Jesus estava brincando com ela… esborrifando-lhe água e sabão.

Fidelidade
Como último fruto de nosso bom relacionamento com o próximo, temos a fidelidade, que nos faz “manter a palavra dada, as obrigações assumidas, os contratos estipulados”. A fidelidade complementa a mansidão no sentido de que, se esta nos leva a não prejudicar o próximo pela ira, aquela nos conduz a não fraudá-lo nem enganá-lo.

Ora, “isso é a fé, tomada no sentido de fidelidade”, afirma São Tomás. “E se a tomarmos como fé em Deus, então o homem por ela se ordena ao que lhe é superior, ou seja, dispõe- se a submeter seu intelecto a Deus e, por consequência, tudo o que possui”.

Modéstia
Por fim, após ordenar-se a mente em face do que lhe está em volta, cumpre fazê-lo quanto ao que lhe é inferior, e isto se dá em primeiro lugar pela modéstia, “observando o comedimento em tudo o que diz e faz”.Esta virtude mantém nossos olhos, lábios, risos, movimentos, enfim, toda a nossa pessoa, sem excluir nossos trajes, nos justos limites “que correspondem a seu estado, habilidade e fortuna”.

Santo Agostinho recomenda particular cuidado com a modéstia exterior, que tanto pode edificar quanto escandalizar os que nos rodeiam. Note-se que a afirmação do Bispo de Hipona não deve ser interpretada num sentido exclusivamente negativo.

A modéstia exterior inclui também o dever positivo de revestirse das roupas, gestos e atitudes próprias a edificar o próximo e dar glória a Deus.Lê-se na vida de São Francisco de Assis um episódio que ilustra quanto o cumprimento desse dever pode produzir nas almas um efeito equivalente ou talvez maior que o de um sermão. Certa vez, ele convidou um frade, seu discípulo, a acompanhálo: – Irmão, vamos fazer uma pregação – disse-lhe.

Após percorrerem a cidade em silêncio, São Francisco retomou o caminho do convento. Sem entender o que se passava, o frade perguntou: – Mas, meu pai, não dissestes que íamos fazer uma pregação?Aqui estamos de volta, e não proferimos uma só palavra… E o sermão? – Já o fizemos. Não percebes que a vista de dois religiosos andando pelas ruas com estas vestimentas e em atitude de recolhimento vale tanto quanto um sermão? – respondeu o Santo.

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