Nos primeiros trezentos anos da História da Igreja, os cristãos se preocuparam com a própria existência, por força das perseguições romanas. Realizavam os cultos às escondidas, nas Catacumbas. Por isso, era impossível aprofundar as belezas contidas nas palavras dos evangelistas.
onstantino I, denominado, também, de “o Grande” nasceu em Naísso no ano 272. Na véspera da batalha, na luta de sucessão, ele teve um sonho, no qual lhe pareceu ver um escudo com uma cruz, e ouviu uma voz que dizia “com este sinal, vencerás”.
Ele mandou, então, pintar nos escudos dos seus soldados o símbolo da salvação. Realmente, venceu. Tornou-se imperador no ano 306. Foi consagrado protetor da nova religião, com sua vitória sobre Maxêncio, junto às muralhas de Roma.
Em 313, decidiu, definitivamente que o Cristianismo seria a religião do Império. Pelo edito de Milão, os adeptos da nova fé, ficavam livres para praticar a sua religião livremente.
Essa liberdade trouxe a grande vantagem de poderem meditar mais sobre o conteúdo das palavras de Cristo. Entre elas, foi a doação de Sua Mãe Maria, como nossa mãe espiritual, quando, pregado na cruz, olhando para São João, que nos representava, lhe disse: “Eis tua mãe”.
Conforme narra a lenda, os cristãos quiseram representar essa incumbência, para sempre. A pedido de Nicodemos, São Lucas pintou e esculpiu Maria ao pé da cruz, recebendo o mandato de ser mãe de todos, representados por São João.
Ao evangelizar a Península Ibérica, São Tiago levou consigo a pintura para homenagear a Mãe de Deus e nossa. Daí se explica a grande devoção popular à Mãe de Deus em toda aquela região. Muitos santuários foram construídos para veneração daquela que Jesus nos deixou por mãe.
A devoção do povo não demorou em perpetuar a grande bondade de Cristo em dar Maria como protetora. Referindo-se aos seus cuidados maternos, todos queriam colocar-se sob seu “amparo”.
Assim é que pessoas, vilas, cidades foram postas sob o manto de Maria, representando a proteção celestial da mãe do Salvador e nossa. No Brasil, há três Municípios com nome de Amparo, um, no Estado de São Paulo, outro no Estado de Sergipe: Amparo de São Francisco e no Estado do Minas Gerais: Amparo da Serra.
Um dos primeiros templos brasileiros dedicados à Nossa Senhora do Amparo foi o de Olinda, que já existia em 1617 e foi reconstruído trinta anos depois. A cidade de Januária, no estado de Minas Gerais, à beira do Rio São Francisco, a tem como padroeira.
No decorrer dos séculos, esse amparo foi simbolizado de diferentes maneiras: Maria cobrindo com seu manto aos seus devotos; Maria sentada, segurando com sua mão esquerda o Menino Jesus de pé sobre os joelhos e com a mão direita em sinal de bênção aos que a invocam; Maria em pé com Jesus deitado no braço esquerdo e com a mão direita afagando o menino que, por sua vez, nu, quer significar nossa extrema pobreza necessitando da proteção materna.
ORAÇÃO:
Ó dulcíssima Soberana do Amparo, bem sabemos que, miseráveis pecadores, não éramos dignos de vos possuir neste vale de lágrimas, mas sabemos também que a vossa grandeza não vos faz esquecer a nossa miséria e no meio de tanta glória, a vossa compaixão, longe de diminuir, aumenta cada vez mais para conosco. Do alto do trono em que reinais sobre todos os Anjos e Santos, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos!
Vede a quantas tempestades e mil perigos estaremos, sem cessar, expostos, até o fim da nossa vida. Pelos merecimentos da fé, da confiança e da santa perseverança na amizade de Deus, pedimos que possamos um dia ir beijar os vossos pés e unir as nossas vozes às dos Espíritos celestes, para vos louvar e cantar as vossas glórias eternamente no Céu.
Nossa Senhora do Amparo, rogai por nós!