O catequista, a catequista é parte preciosa da comunidade de fé. É preciso ecoar Cristo primeiramente em casa, depois junto aos outros irmãos e irmãs. Não se pode estar numa bolha, assistindo de longe aos desafios e conquistas do povo. Isso implica também gostar de estar com as pessoas, compreender as fraquezas e o sagrado que elas trazem dentro de si.
De modo mais amplo, é necessário estar atento à sociedade como um todo, tentando compreender como o cristão, a cristã pode ser “sal da terra e luz do mundo” (cf. Mateus 5,13-16). Por outro lado, uma comunidade madura também respeita e procura iluminar-se pelo testemunho dos catequistas.
Têm equilíbrio
O termo é muito genérico, mas eu o compreendo aqui mais no sentido de relacionamento humano. Catequese e mau humor não combinam. É necessário se esforçar para saber lidar com os mais diferentes tipos (não é fácil, eu sei!). Administrar conflitos, saber respeitar as ideias dos outros, ceder, ter uma divina paciência, tudo isso é ser bom pastor, pastora, sinal de um amor que vem de Deus.
Sabe acolher
O catequista deve ter claro: não cuida das próprias ovelhas, mas daquelas pertencentes a Deus, o Pastor-Mor. Ele confia seus queridos filhos e filhas a esse ministro, ministra. Cada catequizando que chega e suas respectivas famílias devem ser considerados verdadeiros presentes do Senhor. Aos olhos da fé, é o Espírito que os impulsiona a querer conhecer as coisas santas. Saber acolher o ser humano, com suas virtudes e fraquezas, é uma dos mais elementares gestos esperados de um catequista.
É modelo de generosidade
Um legítimo catequista coloca à disposição dos irmãos e irmãs, da Igreja e do mundo o que tem de melhor. Partilha com generosidade seus dons, talentos, seu tempo. Nesse aspecto, recordo a passagem dos cinco pães e dois peixinhos apresentados ao Senhor (Lucas 9,11b-17). Com aquele pouco oferecido com presteza, Ele pôde alimentar uma multidão.
Testemunha uma vida de comunhão fraterna
Como já foi dito acima, o catequista não fala em nome próprio. Assim, esse ministro deve estar sempre vigilante para que apenas a voz e os gestos de Jesus ecoem. Hoje há uma venenosa tendência a uma religiosidade intimista, desvinculada do próximo, do sentido eclesial.
Para alguns, Deus é o empregado, a “criatura” à disposição para atender a pedidos, mas Ele é o Senhor e o Criador, a quem devemos servir e adorar. Compreender o Eterno como um Pai com amor de Mãe é entender-se como irmão e irmã dos outros, ou seja, em comunhão fraternal.
Esse é um grande meio de anunciar, com a própria vida, o Evangelho. Ainda sobre esse ponto, na Carta Antiquum ministerium, o Papa sublinha: “Requer-se que sejam colaboradores fiéis dos presbíteros e diáconos, disponíveis para exercer o ministério onde for necessário e animados por verdadeiro entusiasmo apostólico” (n. 8).
O que um catequista deve esperar da Igreja
A Igreja, em síntese, é a grande comunidade dos batizados e batizadas, animada por seus pastores-servidores, todos procurando seguir o caminho de Jesus. Em Antiquum ministerium, Francisco, entre outras observações, pede que os catequistas “recebam a devida formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica, para ser solícitos comunicadores da verdade da fé, e tenham já maturado uma prévia experiência de catequese” (n. 8).
Essa determinação é para quem será instituído no ministério, mas precisa valer para todos os que se dispõem a essa missão.
Os fiéis e o clero devem apoiar os catequistas, procurando, o melhor possível, reconhecer o esforço desses ministros, socorrendo-os inclusive nas necessidades materiais, para poderem exercer bem sua função e orando por esses servidores e servidoras. Também é importante a comunidade ter espírito catequista, acolhendo carinhosamente os que desejam seguir os passos de Jesus.
Chego ao fim deste texto ainda sem encontrar palavras à altura para agradecer a esses queridíssimos irmãos e irmãs pela entrega à messe do Senhor. Que a Sabedoria Divina inspire cada um, cada uma. Nossa gratidão por nos apontarem os bons caminhos dos Céus e da terra.
Bendito seja Deus por todos os catequistas!